segunda-feira, 6 de setembro de 2010

NONADA

652001

todas as ferramentas
estão afiadas
e eu manuseio
como se fossem
meus próprios dedos

a escultura enfim sorri feliz
por ter saído daquela pedra bruta
há milênios sedimentada
por um bruxo inábil e insensível

as palavras fluem como o rio
que corre
e escorre pensamentos
da terra que dormiam
de outras eras

tudo está posto e o homem
continua manipulando
as ferramentas como desde
a pré-história
o domínio se dá pelo ferro e lêiser
as idéias moldaram
a ganância de ter não satisfaz
quer mais e
o outro não tem nada nonada

Um comentário:

  1. Amigo: belo poema sobre a arte do artifício e o artifício da arte!! Ao gosto drumoniano "lutar com palavras, que luta mais vã, no entanto lutemos mal rompe o amanhã!!

    PS: Quando puder leia minhas postagens mais antigas e veja meus ensaios poéticos em prosa. A sua opinião é importante para mim. Um abraço!

    ResponderExcluir