2372010
chave de entrada e saída a palavra
transforma homens
em pássaros que olham da arábia saudita
suaviza tapas
e carícias são lidas
vamos viajar e sonhar
com dias amenos
quando todos celebram
a harmonia de ser o que é
a diferença da cor da prata
da água que corre
e escorre rumo ao mar
da luta da labuta
e do perfume que exala
dos corpos nus
cada dia é dia de renascer
Desde criança gostei de escrever e pintar. E aproveito a oportunidade deste blog para publicar o que está escrito e engavetado.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
quinta-feira, 22 de julho de 2010
AS DUAS MULETAS
2692003 a márlio forte, meu amigo
o nada se apoiava nele
e jogava-se no nada como apoio
e difundiam-se entre si
e alguns néscios que eram
erravam nos passos e trupicavam
esbarravam em nada
que tinham construído
nos dias passados
e o futuro lhes metia medo
por não saberem inovar
e nada faziam
pra não saírem das burocratas rotinas
a inércia
e apregoavam feitos
desfeitos por eles mesmos
quais penélopes
e tinham desesperança
e mentiam que esperavam
o nada se apoiava nele
e jogava-se no nada como apoio
e difundiam-se entre si
e alguns néscios que eram
erravam nos passos e trupicavam
esbarravam em nada
que tinham construído
nos dias passados
e o futuro lhes metia medo
por não saberem inovar
e nada faziam
pra não saírem das burocratas rotinas
a inércia
e apregoavam feitos
desfeitos por eles mesmos
quais penélopes
e tinham desesperança
e mentiam que esperavam
quarta-feira, 21 de julho de 2010
O BOTÃO E O VÔMITO
1541993
preso aos meus pensamentos e a um pseudoamor
vou de branco pela rua parda
como uma felina em busca de um coração
pra fazê-lo sangrar
e eu é que sangrei em risos
e só risos o vi passar acompanhado
de uma devoradora de anjos-de-esquinas
e a esquina se tornou seu capital capital
sua cidade e a porta da alcova que ele nunca tivera
senão por empréstimo ou compaixão
saciado e em lásceras vibrei
por ele afastar-se no asfalto à toda
numa máquina branca que voava
em busca do prazer fugaz que o deixara partido
e eu "vou de branco pela rua cinzeta"
me esvaio em melancolias
mas não adianta segui-lo até a náusea
pois as minhas armas
me garantem a vitória
e ele colorido passava na máquina branca
que voava em busca do prazer fugaz que o deixaria
partido
e a cidade parda compreendia as cores o branco
e as artérias por onde passava
o saciado vômito da flor em botão
31 anos e muitos muitos problemas e sonhos
e os muros não são surdos nem mudos
se escuta por eles e deles se faz escutar
e a lua-quarto-minguante consola a cidade
e não a renova
se faz necessário
"pôr fogo em tudo inclusive em mim"
saio ás onze horas da noite e inseguro tateio
o vácuo que existe entre o broto da
esquina colorido
e o instinto me faz ver
brotar na máquina feia branca que
"furou o asfalto" e era uma foice
que ceifava vidas porque era o tempo da sega
preso aos meus pensamentos e a um pseudoamor
vou de branco pela rua parda
como uma felina em busca de um coração
pra fazê-lo sangrar
e eu é que sangrei em risos
e só risos o vi passar acompanhado
de uma devoradora de anjos-de-esquinas
e a esquina se tornou seu capital capital
sua cidade e a porta da alcova que ele nunca tivera
senão por empréstimo ou compaixão
saciado e em lásceras vibrei
por ele afastar-se no asfalto à toda
numa máquina branca que voava
em busca do prazer fugaz que o deixara partido
e eu "vou de branco pela rua cinzeta"
me esvaio em melancolias
mas não adianta segui-lo até a náusea
pois as minhas armas
me garantem a vitória
e ele colorido passava na máquina branca
que voava em busca do prazer fugaz que o deixaria
partido
e a cidade parda compreendia as cores o branco
e as artérias por onde passava
o saciado vômito da flor em botão
31 anos e muitos muitos problemas e sonhos
e os muros não são surdos nem mudos
se escuta por eles e deles se faz escutar
e a lua-quarto-minguante consola a cidade
e não a renova
se faz necessário
"pôr fogo em tudo inclusive em mim"
saio ás onze horas da noite e inseguro tateio
o vácuo que existe entre o broto da
esquina colorido
e o instinto me faz ver
brotar na máquina feia branca que
"furou o asfalto" e era uma foice
que ceifava vidas porque era o tempo da sega
É POSSÍVEL
09112001
os óculos não são meus
mas usei
para te ver melhor
e percebi o quanto eras egoísta
e eu sonâmbulo
tentei voltar ao início do caminho
e já era noite
os vampiros saíam em revoada
pelas ruas do planeta
e um príncipe não coroado
disse-me
os ianques baqueiam os povos
para serem hegemônicos
os gregos os romanos
estão no pretérito
o porvir será mais igualitário
que todos os homens se amem
o príncipe disse
é necessário falar ao povo
organizar a massa e ascender
a qualidade de vida
eu vou usar óculos
para ver melhor
os óculos não são meus
mas usei
para te ver melhor
e percebi o quanto eras egoísta
e eu sonâmbulo
tentei voltar ao início do caminho
e já era noite
os vampiros saíam em revoada
pelas ruas do planeta
e um príncipe não coroado
disse-me
os ianques baqueiam os povos
para serem hegemônicos
os gregos os romanos
estão no pretérito
o porvir será mais igualitário
que todos os homens se amem
o príncipe disse
é necessário falar ao povo
organizar a massa e ascender
a qualidade de vida
eu vou usar óculos
para ver melhor
domingo, 18 de julho de 2010
REALIDADE OU ESPERANÇA
2112001
sou utópico
possivelmente louco
talvez sano
todas as mulheres
são ícone da liberdade
o homem opressão
as flores exteriorizam a força
a necessidade de luta
da massa bruta
que não se deixa vencer e
cega tateia
amarrada se move
amordaçada gesticula
analfabeta
anseia o cosmos
e eu sonho
a ideologia se solidifica
vejo transformação
é utopia
sou utópico
possivelmente louco
talvez sano
todas as mulheres
são ícone da liberdade
o homem opressão
as flores exteriorizam a força
a necessidade de luta
da massa bruta
que não se deixa vencer e
cega tateia
amarrada se move
amordaçada gesticula
analfabeta
anseia o cosmos
e eu sonho
a ideologia se solidifica
vejo transformação
é utopia
DEMOCRACIA E (RÉ)PÚBLICA
692001
1822
independência de nada
ordem para a malta que não tem direito
a nada
progresso para a elite que manipula
tudo
7 de setembro
eu não tenho o que comemorar
nós não temos independência
há desigualdade social
miséria da maioria
falta de moradia
saúde educação
as urbes incham
criando a violência
que é vista como
própria dos revoltados
e a mídia distorce tudo
invertem os papéis
os corruptos são endeusados
os miseráveis condenados
à prisão fome degradação
não temos independência não!
que bom será no dia que conseguirmos
nos organizar e mudar
tudo!
1822
independência de nada
ordem para a malta que não tem direito
a nada
progresso para a elite que manipula
tudo
7 de setembro
eu não tenho o que comemorar
nós não temos independência
há desigualdade social
miséria da maioria
falta de moradia
saúde educação
as urbes incham
criando a violência
que é vista como
própria dos revoltados
e a mídia distorce tudo
invertem os papéis
os corruptos são endeusados
os miseráveis condenados
à prisão fome degradação
não temos independência não!
que bom será no dia que conseguirmos
nos organizar e mudar
tudo!
NESSE PONTO
16112001
todos os homens são fúteis
a alma plena
meu coração pétreo
sorriu com o sorriso da lua
quarto crescente
o sertão tão esperança
não compreendeu o vôo
à lua
dizem que o homem lá não foi
eu quero ir a marte
no próximo verão
caminhar por entre os vales
e brilhar no universo arco-íris
um lindo mar de algas
me alimenta
e eu rejuvenesço a cada segundo
dez anos
o colibri pousou no meu jardim e as
helicônias e ixórias sorriem açúcar
a terra é fértil
todos os homens são fúteis
a alma plena
meu coração pétreo
sorriu com o sorriso da lua
quarto crescente
o sertão tão esperança
não compreendeu o vôo
à lua
dizem que o homem lá não foi
eu quero ir a marte
no próximo verão
caminhar por entre os vales
e brilhar no universo arco-íris
um lindo mar de algas
me alimenta
e eu rejuvenesço a cada segundo
dez anos
o colibri pousou no meu jardim e as
helicônias e ixórias sorriem açúcar
a terra é fértil
segunda-feira, 12 de julho de 2010
É BOM TE AMAR
2091997
oh! quão bom é te amar
e te desejar
o melhor
o meu amor é incontido
e sem controle procuro
sequioso nos teus lábios
teu néctar
e você foge de mim
e mesmo assim
quão bom é te amar
te sentir ao meu lado
e sem querer nos devoramos algo
e em algum lugar
nos amamos
e nos sentimos e pensamos em todas as coisas
quão bom é me amar
e eu como penélope
destroço tudo esperando meu amor
ou querendo lhe acompanhar
faço e desfaço sonhos
todos os sóis e luas passam
e trezentos e sessenta e cinco dias
o diz que vai voltar
oh! quão bom é te amar
e te desejar
o melhor
o meu amor é incontido
e sem controle procuro
sequioso nos teus lábios
teu néctar
e você foge de mim
e mesmo assim
quão bom é te amar
te sentir ao meu lado
e sem querer nos devoramos algo
e em algum lugar
nos amamos
e nos sentimos e pensamos em todas as coisas
quão bom é me amar
e eu como penélope
destroço tudo esperando meu amor
ou querendo lhe acompanhar
faço e desfaço sonhos
todos os sóis e luas passam
e trezentos e sessenta e cinco dias
o diz que vai voltar
terça-feira, 6 de julho de 2010
BANQUETE
2331991
no próximo natal na tal cidade
quero sair em ritmo de samba e fanque
fantasiado de colombina
em cores argênteas e hélias
e tirar todos os perus ensopados
em vinhas d'alho das mesas das casas de família
para banquetear e saciar nas ruas o povo
como faziam na base da pirâmide
de teotihuakan com o corpo
daquele primoroso rapaz preparado
para os deuses que devoravam seu coração
e a malta o corpo
no próximo natal quero ficar alegre
e tirar o fraque
com aquele rabo de galo
que empertiga e trunca emoções
e expressões que fazem bem
que fazem rir
no próximo natal quero estar bem
no próximo natal na tal cidade
quero sair em ritmo de samba e fanque
fantasiado de colombina
em cores argênteas e hélias
e tirar todos os perus ensopados
em vinhas d'alho das mesas das casas de família
para banquetear e saciar nas ruas o povo
como faziam na base da pirâmide
de teotihuakan com o corpo
daquele primoroso rapaz preparado
para os deuses que devoravam seu coração
e a malta o corpo
no próximo natal quero ficar alegre
e tirar o fraque
com aquele rabo de galo
que empertiga e trunca emoções
e expressões que fazem bem
que fazem rir
no próximo natal quero estar bem
segunda-feira, 5 de julho de 2010
PLÁGIO AO LÁCIO
491990
flor dos trópicos
que bela e róseo-jambo
exala um tênue e suado
odor cítrico
flor linha minha rosa
a missíclone poti
sem garçonieres nem rotisseries
o horizonte reluzente e distante
nos alumia ígneos raios de um sol
promissor e caliente
flor dos trópicos
que bela e róseo-jambo
exala um tênue e suado
odor cítrico
flor linha minha rosa
a missíclone poti
sem garçonieres nem rotisseries
o horizonte reluzente e distante
nos alumia ígneos raios de um sol
promissor e caliente
NA VIDA
2331988
me esvaio
me acabo
me renovo
de novo
para depois murchar
broto minguado e pobre
revigoro-me
e torno a crescer
corro caio levanto caminho
estrupio cambaleio caio
me levando
me levanto para ser
me esvaio
me acabo
me renovo
de novo
para depois murchar
broto minguado e pobre
revigoro-me
e torno a crescer
corro caio levanto caminho
estrupio cambaleio caio
me levando
me levanto para ser
O POETA E A POESIA
831988
o poeta é a poesia
que o diabo amassou
são dores vividas
pela intensidade da vida
são gozos profundos
que só a vida pode ter
um sofre dor
sofredor da dor
é a vida jorrando sem nunca estancar
jorrando vida e movimentos
ávidos de vida
é um fluxo a jorrar
versos e poesia
em cada canto
o poeta é a poesia
que o diabo amassou
são dores vividas
pela intensidade da vida
são gozos profundos
que só a vida pode ter
um sofre dor
sofredor da dor
é a vida jorrando sem nunca estancar
jorrando vida e movimentos
ávidos de vida
é um fluxo a jorrar
versos e poesia
em cada canto
ROCHA
5121989
ser pedra e não ficar à beira do caminho
sentir-se um toco e levar topadas em suas frondes
não ser pedra nem toco
mas tudo que está oscilando como ondas
acima das estrelas
ser um toco que ilumina estrelas e está além por ser a vésper
aparece no horizonte que passa
como os caminhos que comportam
pedras tocos e reflexos
de meteoros ocos sem nexo
e nexo em suas esferas
como espirais caminham
saindo e entrando numa sequência lógica e harmônica
do caos à luz e da luz ao caos
e como os primitivos e civilizados
retornam e avançam em seus caminhos
de pedra e ferro e lêiser
ser pedra e não ficar à beira do caminho
sentir-se um toco e levar topadas em suas frondes
não ser pedra nem toco
mas tudo que está oscilando como ondas
acima das estrelas
ser um toco que ilumina estrelas e está além por ser a vésper
aparece no horizonte que passa
como os caminhos que comportam
pedras tocos e reflexos
de meteoros ocos sem nexo
e nexo em suas esferas
como espirais caminham
saindo e entrando numa sequência lógica e harmônica
do caos à luz e da luz ao caos
e como os primitivos e civilizados
retornam e avançam em seus caminhos
de pedra e ferro e lêiser
O TEMPO
391995
depois da borrasca a bonança
depois do beijo o escarro
depois de apertar-se afastar-se de apertar
e depois de querer deixar de querer
assim é a vida do homem
e o seu tempo debaixo do tempo
e porque não depois de rasgar coser?
e depois de odiar amar?
agora somente a brisa
roça o rosto
do homem
que coisa tão boa é melhor
do que sonhar
e ter os pés no chão?
o perto e o longe
são senão o mesmo lugar
a mesma terra
é o mesmo vento
é a mesma brisa
o mesmo mar
depois da borrasca a bonança
depois do beijo o escarro
depois de apertar-se afastar-se de apertar
e depois de querer deixar de querer
assim é a vida do homem
e o seu tempo debaixo do tempo
e porque não depois de rasgar coser?
e depois de odiar amar?
agora somente a brisa
roça o rosto
do homem
que coisa tão boa é melhor
do que sonhar
e ter os pés no chão?
o perto e o longe
são senão o mesmo lugar
a mesma terra
é o mesmo vento
é a mesma brisa
o mesmo mar
LUNE ET SOLEIL
3031995/541995
quando as luzes se apagarem
e não mais se ver a perenidade
do potengi
sentirei saudades dos ecos ocos
dos moços de frete e pessoa
sorrirá alentejo
e alentos e intentos
surgirão refletores perenes
do ir e vir das artérias perdidas
pedidas pelos moços expectros
pretensos expectadores
sem lar nem ninho
pardais predadores esvoaçantes
pensamentos de homens
depredadores de pensamentos pardais
beija-flores sonhos
alentados intentos
refletidos além potengi sena
vi(verão) os pensamentos dos
homens-pardais
quando as luzes se apagarem
e não mais se ver a perenidade
do potengi
sentirei saudades dos ecos ocos
dos moços de frete e pessoa
sorrirá alentejo
e alentos e intentos
surgirão refletores perenes
do ir e vir das artérias perdidas
pedidas pelos moços expectros
pretensos expectadores
sem lar nem ninho
pardais predadores esvoaçantes
pensamentos de homens
depredadores de pensamentos pardais
beija-flores sonhos
alentados intentos
refletidos além potengi sena
vi(verão) os pensamentos dos
homens-pardais
CAMINHO
572010 a adilson rodrigo
como é agradável estar com você
sua ausência é saudade certa
essência e tatuagem em mim
qual ave plainando as planícies
vislumbro os imperios almejados
por nós nas elucubrações juvenis
e continuamos construindo
cautelosamente
nossos personagens
quais colombinas e pierrôs
em micaretas fora de época
nos espelhando em veneza
o nosso sonho deve ser
construído na base sólida
da realidade
caminhemos!!!
como é agradável estar com você
sua ausência é saudade certa
essência e tatuagem em mim
qual ave plainando as planícies
vislumbro os imperios almejados
por nós nas elucubrações juvenis
e continuamos construindo
cautelosamente
nossos personagens
quais colombinas e pierrôs
em micaretas fora de época
nos espelhando em veneza
o nosso sonho deve ser
construído na base sólida
da realidade
caminhemos!!!
sábado, 3 de julho de 2010
PROFECIA
9112001
um rapazola me olhou
e disse-me que
o trem partiria às treze horas
e todas as colombinas já estavam prontas
exitei por não entender nada
eu nunca tinha visto aquele rapaz
e ele conduzia uma tocha
feita de vagalume e visgo
era lindo
o rapaz e a tocha
despiu-se e disse-me
estou esperando o sol nascer
para aquecer meu espírito
e percebi que usava muitos pírcingues
no pênis
mas era lindo
um rapazola me olhou
e disse-me que
o trem partiria às treze horas
e todas as colombinas já estavam prontas
exitei por não entender nada
eu nunca tinha visto aquele rapaz
e ele conduzia uma tocha
feita de vagalume e visgo
era lindo
o rapaz e a tocha
despiu-se e disse-me
estou esperando o sol nascer
para aquecer meu espírito
e percebi que usava muitos pírcingues
no pênis
mas era lindo
UM
1751998 à meire minha amada
o amor que sinto
me satisfaz por ter-te
como eu
não qual és
mas como quero
não como me amaria
mas como quero
o amor que sinto
me satisfaz
me faz pensar como eu seria
o amor que sinto
como o ar que me bate o rosto
e me faz sonhar
como em ondas o ar
o amor que sinto
me satisfaz por ter-te
como eu
não qual és
mas como quero
não como me amaria
mas como quero
o amor que sinto
me satisfaz
me faz pensar como eu seria
o amor que sinto
como o ar que me bate o rosto
e me faz sonhar
como em ondas o ar
DE SETENTA E QUATRO
3091997
meu querido diário meu nome é fafuni
e tenho doze anos
não se assuste com o apelido
ele quer dizer vá dormir
é achou estranho
é que uma tia quando me acalantava
falava assim
e eu sou feliz com esta fonética
é própria particular e restrita
mas eu não ia falar disto não
é que a minha professora protestante afetada de matemática
me entregou pra diretora
por eu ter contado um conto num papel e
fiquei contente porque à luz de lamparina
na casa de mamãe
eu despi mariquinha-doida quiba novinha
- como falava auta de chico-fu-fu
e li prum colega que escutou
pra outro que não entendeu nada
e pra outro que me denunciou
quase fiquei quinze dias sem frequentar a escola
e por isto só voltei a escrever minhas sandices
em setenta e oito
quando caía chuva muita do lado de fora
das grades do quarto quinze na casa do estudante
quando me refugiei em natal e
chorava a falta de você meu querido diário
porque já havia desaprendido a jogar-me no papel
por medo de ser espancado
o que diria mário quintana
que ganhou uma ida ao jardim botânico
por causa da sua redação sobre a fórmula de einstein
que a achou absurda e maravilhosa
como a lenda de aladim
seria pré-histórico
meu querido diário meu nome é fafuni
e tenho doze anos
não se assuste com o apelido
ele quer dizer vá dormir
é achou estranho
é que uma tia quando me acalantava
falava assim
e eu sou feliz com esta fonética
é própria particular e restrita
mas eu não ia falar disto não
é que a minha professora protestante afetada de matemática
me entregou pra diretora
por eu ter contado um conto num papel e
fiquei contente porque à luz de lamparina
na casa de mamãe
eu despi mariquinha-doida quiba novinha
- como falava auta de chico-fu-fu
e li prum colega que escutou
pra outro que não entendeu nada
e pra outro que me denunciou
quase fiquei quinze dias sem frequentar a escola
e por isto só voltei a escrever minhas sandices
em setenta e oito
quando caía chuva muita do lado de fora
das grades do quarto quinze na casa do estudante
quando me refugiei em natal e
chorava a falta de você meu querido diário
porque já havia desaprendido a jogar-me no papel
por medo de ser espancado
o que diria mário quintana
que ganhou uma ida ao jardim botânico
por causa da sua redação sobre a fórmula de einstein
que a achou absurda e maravilhosa
como a lenda de aladim
seria pré-histórico
FIDUS ACHATES DEUX
862000
esse broto que tem estado
em meus sonhos
a transeuntarmos de mãos dadas as ruas
do mundo
"olha...um sorriso da alma!"
me faz cantar
será ele
meu guerreiro forco latino?
tem torso de um deus
artérias latentes
que me inebriam
e me faz sonhar
ombros nus peitos largos
cabelos de tabajara
capricorniano
mensagens de boa noite
esse broto internauta
que manda todas as manhãs
numa fantasia estranha
me faz enlouquecer é o que sei
ele é um torso moldado em rocha das serras do sertão
pelos desejos meus guardados há anos
esse broto
esse broto que tem estado
em meus sonhos
a transeuntarmos de mãos dadas as ruas
do mundo
"olha...um sorriso da alma!"
me faz cantar
será ele
meu guerreiro forco latino?
tem torso de um deus
artérias latentes
que me inebriam
e me faz sonhar
ombros nus peitos largos
cabelos de tabajara
capricorniano
mensagens de boa noite
esse broto internauta
que manda todas as manhãs
numa fantasia estranha
me faz enlouquecer é o que sei
ele é um torso moldado em rocha das serras do sertão
pelos desejos meus guardados há anos
esse broto
INDIFERENÇA
1961998
os versos meus que falam em você
e tão longe de mim
se faz indiferente
calam
os meus versos já são só seus
por estar eu distante
e querer-te tanto
gritam
com os olhos da paixão
te procuro em todos os transeuntes
em todos os músculos
todos os cérebros
e só a mim sinto penso e toco
em meus versos
os versos meus que falam em você
e tão longe de mim
se faz indiferente
calam
os meus versos já são só seus
por estar eu distante
e querer-te tanto
gritam
com os olhos da paixão
te procuro em todos os transeuntes
em todos os músculos
todos os cérebros
e só a mim sinto penso e toco
em meus versos
O SERTÃO É URB
22071991
aquele bruxo me enfeitiçou
e eu não sei mais nada
do sertão porque são veredas
só veredas que me conduzem
às urbes e eu não sabia
e eu transcedente já percebo
pelos cristais de rocha
- e eu que riso só com khlébnikov
porque estava preso às agruras
de uma medíocre vida
que as musas negligentes
de propósito me colocaram
para qu'eu crescesse não crescesse
e visse o bruxo que por
um momento me enfeitiçou
e não me disse qu'eu era
um bruxo
- e que o sertão
é uma urb
aquele bruxo me enfeitiçou
e eu não sei mais nada
do sertão porque são veredas
só veredas que me conduzem
às urbes e eu não sabia
e eu transcedente já percebo
pelos cristais de rocha
- e eu que riso só com khlébnikov
porque estava preso às agruras
de uma medíocre vida
que as musas negligentes
de propósito me colocaram
para qu'eu crescesse não crescesse
e visse o bruxo que por
um momento me enfeitiçou
e não me disse qu'eu era
um bruxo
- e que o sertão
é uma urb
FIXAÇÃO
1132002
a tua ausência
essência fixa e opaca
outros códigos necessitei
para expressar meu espírito
a palavra não comportou
e eu fiquei no cais
dois séculos se consumaram
para nos reencontrarmos
já estávamos mais
serenos e lúcidos
já não empunhava a espada negra
que acreditava onipotência
mas com seus cabelos encrespados
fenecera voltou à fuligem
para milhões de anos
ressurgir como pedra
fixa e eterna no sertão
traseunta em meus sonhos
diurnos arco-íris
eu uso a palavra
para externar todos os sentimentos
que lateja nas minhas entranhas
só não entendo porque
esta perenidade não passa
é essência fixa
a tua ausência
essência fixa e opaca
outros códigos necessitei
para expressar meu espírito
a palavra não comportou
e eu fiquei no cais
dois séculos se consumaram
para nos reencontrarmos
já estávamos mais
serenos e lúcidos
já não empunhava a espada negra
que acreditava onipotência
mas com seus cabelos encrespados
fenecera voltou à fuligem
para milhões de anos
ressurgir como pedra
fixa e eterna no sertão
traseunta em meus sonhos
diurnos arco-íris
eu uso a palavra
para externar todos os sentimentos
que lateja nas minhas entranhas
só não entendo porque
esta perenidade não passa
é essência fixa
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O ETERNO
1191990 a francisco ivan e
a haroldo de campos
ele deixou a porta abrida porque gostava da fresca
que corria e lhe refrescava o ventre
cansado de tanto soerguer-se
tonto e cansado ficava
e recebia com a porta abrida a fresca que corria
seu filhinho sonho de tanto sonhar
com a porta abrida recebia com ele a fresca que corria
e corria na rua a ganância de mais querer
e destruir o outro que sonhava seus sonhos
a realizá-los
e corria uma fresca brisa que refrescava a irrealização de sonhos
e acariciava outros há muito sonhados
sua porta a fresca o sonho o filhinho ele
sonho de tantos e tontos sonhos
que a fresca trazia e levava outros que outros iam a sonhar
e corria a ganga
que abrida a porta lhe destruía os sonhos
semelhantes às bridas que castravam os sonhos dos cavalos alados
obrigados a não mais correr e voar
na brisa dos campos que refrescava os sonhos
como o homem do sonho que recebia a fresca que passava em sua porta
lhe acariciava os sonhos e lhe fazia sonhar
o tempo a contento via tudo e todos
de tanto passar o tempo
à brisa de todos os tempos descansou ele
a haroldo de campos
ele deixou a porta abrida porque gostava da fresca
que corria e lhe refrescava o ventre
cansado de tanto soerguer-se
tonto e cansado ficava
e recebia com a porta abrida a fresca que corria
seu filhinho sonho de tanto sonhar
com a porta abrida recebia com ele a fresca que corria
e corria na rua a ganância de mais querer
e destruir o outro que sonhava seus sonhos
a realizá-los
e corria uma fresca brisa que refrescava a irrealização de sonhos
e acariciava outros há muito sonhados
sua porta a fresca o sonho o filhinho ele
sonho de tantos e tontos sonhos
que a fresca trazia e levava outros que outros iam a sonhar
e corria a ganga
que abrida a porta lhe destruía os sonhos
semelhantes às bridas que castravam os sonhos dos cavalos alados
obrigados a não mais correr e voar
na brisa dos campos que refrescava os sonhos
como o homem do sonho que recebia a fresca que passava em sua porta
lhe acariciava os sonhos e lhe fazia sonhar
o tempo a contento via tudo e todos
de tanto passar o tempo
à brisa de todos os tempos descansou ele
UN OISEAU
25101997
lá fora canta um pássaro
me diz e eu não consigo
ler
ele canta continua a dizer
e eu só sinto
e não entendo
ou entendo tanto que
sinto e finjo
não entender
ele diz e eu sinto
lá fora canta um pássaro
me diz e eu não consigo
ler
ele canta continua a dizer
e eu só sinto
e não entendo
ou entendo tanto que
sinto e finjo
não entender
ele diz e eu sinto
ONE WORLD ONE PEACE
1291996
garoto lembrei de você
a perfeição
estávamos comemorando
a justiça os preconceitos
e lembrei daquela cama
renato russo cantou
e eu me lembrei
da nossa bandeira
da nossa solidão
e vamos enterrar a estupidez
a violência e a desumanidade
celebremos o amor
nesta primavera
é a perfeição
garoto lembrei de você
a perfeição
estávamos comemorando
a justiça os preconceitos
e lembrei daquela cama
renato russo cantou
e eu me lembrei
da nossa bandeira
da nossa solidão
e vamos enterrar a estupidez
a violência e a desumanidade
celebremos o amor
nesta primavera
é a perfeição
TEMPO
1241997
meia noite e soam as primeiras baladas
de um vento norte que enfada
as asas dos anjos e de uns simoníacos homens
todos de uma plêiade só
meia noite e já se faz tarde
e só os homens vibram
com sibilantes notas vindas como que ressuscitadas
de longínquas eras
meia noite faz um frio norte
e não é tarde é o tempo dentro do tempo
e não se faz tarde
e continuam sibilantes as baladas notas
meia noite e soam as primeiras baladas
de um vento norte que enfada
as asas dos anjos e de uns simoníacos homens
todos de uma plêiade só
meia noite e já se faz tarde
e só os homens vibram
com sibilantes notas vindas como que ressuscitadas
de longínquas eras
meia noite faz um frio norte
e não é tarde é o tempo dentro do tempo
e não se faz tarde
e continuam sibilantes as baladas notas
AO BROTO DE BRANCO
2371991
foi como um bálsamo
mas muito fugaz
como as coisas boas
etéreas mas eternas
foi um momento-segundo
tempo suficiente
pra elucidar meu
espírito que estava ótimo
e como eu não podia fazer outra coisa
porque fiquei demasiado feliz
fui pro cruzeiro
olhar o horizonte
e receber a fresca que lá corre
presente em todo o tempo
aquele minumento ficou eterno em mim
e sonho com outro momento
que me dê um minuto
um monumento outro
que me faça
pensar no éter
para pensar naquele broto
foi como um bálsamo
mas muito fugaz
como as coisas boas
etéreas mas eternas
foi um momento-segundo
tempo suficiente
pra elucidar meu
espírito que estava ótimo
e como eu não podia fazer outra coisa
porque fiquei demasiado feliz
fui pro cruzeiro
olhar o horizonte
e receber a fresca que lá corre
presente em todo o tempo
aquele minumento ficou eterno em mim
e sonho com outro momento
que me dê um minuto
um monumento outro
que me faça
pensar no éter
para pensar naquele broto
MÃE MINHA PRETA DE LEITE
2161993
ai que saudades da minha serra
da mãe minha preta de leite
que o tempo não mama mais
ai que serra de saudades
do coachar dos sapos
dos raros invernos chuvosos
e dos riachos arenosos que a chuva não molha mais
ai que saudades da minha serra
da parteira que me pegou
dos meninos que brincamos na pedra-grande
e das coisas que me proibiram
ai que saudades da minha serra
da mãe minha preta de leite
que o tempo não mama mais
ai que serra de saudades
do coachar dos sapos
dos raros invernos chuvosos
e dos riachos arenosos que a chuva não molha mais
ai que saudades da minha serra
da parteira que me pegou
dos meninos que brincamos na pedra-grande
e das coisas que me proibiram
QUOTIDIANO
371998
o minino inventoso macriado
responde incima do lombo
e o mandado de ir buscar
o jumento pra ir ver lenha e água
num é cumprido não
é lida grande
busca água lenha
corta replanta e planta capim pra ração
liga e desliga bomba
pru mode num matar de fome nem sede
os bichin que segura a mesa
o risiido e a esperança
da fartura do inverno por vir
homem no campo
o agrimensor diz ao agricultor
que a vida num muda
ele trabalha na bruta lida
em meio a facão enxada picareta
cavalo chibanca sela
carroça e formão
o minino inventoso macriado
responde incima do lombo
e o mandado de ir buscar
o jumento pra ir ver lenha e água
num é cumprido não
é lida grande
busca água lenha
corta replanta e planta capim pra ração
liga e desliga bomba
pru mode num matar de fome nem sede
os bichin que segura a mesa
o risiido e a esperança
da fartura do inverno por vir
homem no campo
o agrimensor diz ao agricultor
que a vida num muda
ele trabalha na bruta lida
em meio a facão enxada picareta
cavalo chibanca sela
carroça e formão
SERTÃO
271998
no zênite o sol escalda
os mufumbos mudam de cor e
servem de adubo suas folhas
a vaca muge com a
falta d'água e a mulher
diz que tem medo não nehuma
o joão-de-barro num fei
sua porta pru puente
e tudo se tornou rim
mas
"mandacaru quando fulora"
é esperança certa
a babuje brota no sertão
e o home ri
no zênite o sol escalda
os mufumbos mudam de cor e
servem de adubo suas folhas
a vaca muge com a
falta d'água e a mulher
diz que tem medo não nehuma
o joão-de-barro num fei
sua porta pru puente
e tudo se tornou rim
mas
"mandacaru quando fulora"
é esperança certa
a babuje brota no sertão
e o home ri
O ATALHO
precipita-se o homem
no caminho
das pedras
os espinhos expiam
todas as demandas mandadas
feitas
por inexcrupulosos seres
de subestratos e esferas aquém
os espinhos expiam
ecoa em eras rupestres os bombos e gongos
e flui boa seiva
as rosas riem escarlate
o homem ridente
caminha no íngreme caminho das pedras
e corre
escorre gargalhadas por entre
as árvores felizes
e carregadas de gás carbônico
e fuligens que o homem
engole em horríveis proporções
para que o atalho?
no caminho
das pedras
os espinhos expiam
todas as demandas mandadas
feitas
por inexcrupulosos seres
de subestratos e esferas aquém
os espinhos expiam
ecoa em eras rupestres os bombos e gongos
e flui boa seiva
as rosas riem escarlate
o homem ridente
caminha no íngreme caminho das pedras
e corre
escorre gargalhadas por entre
as árvores felizes
e carregadas de gás carbônico
e fuligens que o homem
engole em horríveis proporções
para que o atalho?
BUSCA INFINDA
1662001
o tempo veste minha terra de noiva
o meu coração de afeto pulsa vibrações
de eras e remotos
mancebos errantes
em busca de acertos
eu pueril lambuzo-me na poeira
removida pelas crianças que brincam
na festa da vida
promovida por dois rapazes amantes
extasiados de se encontrarem
vibram olho e alma
eternas gerações se esperavam
para vê-los uno
martinianos vermelhos de paixão e esperança
espíritos em ebulição
e em espirais evoluem
rumo ao zen
o tempo veste minha terra de noiva
o meu coração de afeto pulsa vibrações
de eras e remotos
mancebos errantes
em busca de acertos
eu pueril lambuzo-me na poeira
removida pelas crianças que brincam
na festa da vida
promovida por dois rapazes amantes
extasiados de se encontrarem
vibram olho e alma
eternas gerações se esperavam
para vê-los uno
martinianos vermelhos de paixão e esperança
espíritos em ebulição
e em espirais evoluem
rumo ao zen
quinta-feira, 1 de julho de 2010
PATU RUPESTRE
ACRÍLICO SOBRE JUTA E TEM COMO TEMÁTICA OS DESENHOS RUPESTRES ENCONTRADOS NOS SÍTIOS ARQUEOLÓGICOS PATUENSES.
DEITADO EM BERÇO ESPLÊNDIDO
Acrílico sobre tela. Trabalho produzido em 2003 e tem como temática a Serra de Patu e a imagem masculina.
MARIA PRETA, MÃE MINHA NEGA DE LEITE
Maria Preta foi uma mulher de luta e cheia de generosidade que viveu e morreu em Patu-RN. Mãe de Leite de muitos me amamentou e em homenagem a ela fiz este trabalho como retribuição histórica ao que eu jamais teria condições de pagar.
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